O Texto Informativo

O texto informativo
1.1 - O texto informativo.
Vivemos hoje numa sociedade onde predominam os meios de comunicação. Nesta, todo esforço consiste na conquista do leitor através de uma variação quase infindável de publicações e de assuntos, usando textos informativos, feitos num discurso objetivo, direto, claro, em geral pobre, que esteja de acordo com o universo vocabular médio dos consumidores aos quais se destina. A busca desenfreada de leitores ou espectadores tem um motivo claro e um preço: fazer dele um consumidor. Por sua vez, o leitor busca as informações que preencham o seu cotidiano e possibilitem acompanhar o mundo em que está inserido, seja local, seja internacional, e conhecimentos gerais sobre os mais diversos assuntos. A informação é uma mercadoria determinada pelo possível preço de venda. Em geral as publicações e seus textos são redigidos tendo já bem definidos os seus públicos alvos (os compradores e leitores potenciais). Os assuntos, o vocabulário, as ilustrações se dirigem a um público já socialmente determinado (nível econômico e cultural). A leitura deve ser fácil e a publicação deve dar a impressão de que passa informações (em geral, em nível superficial e generalizante) que elevam o nível cultural de seus leitores. Há uma enorme variedade de assuntos, que se fazem presentes nos jornais diários ou até em revistas especializadas, passando pela política, a moda, o esporte, a programação cultural etc. Enumerá-los todos é impossível e também desnecessário. Um bom modo de medir o valor e importância destas publicações e o saber que elas divulgam se consegue através da sua duração: todas elas depois de um certo tempo perdem a atualidade e só lhes resta o desinteresse e o abandono. Mas essas publicações têm o seu atrativo, porque mantêm o público leitor em dia com o que está acontecendo, infelizmente um acontecer circunstancial e passageiro, impossibilitando, em geral, aos leitores estabelecerem uma visão mais crítica do que acontece e da realidade. É claro que algumas publicações têm os cadernos especiais. Mas até estes têm como parâmetro fundamental o serem acima de tudo comunicativos e informativos. Como a realidade é muito dinâmica perdem logo a atualidade. Nesta leitura predomina a informação digerível e não exige do leitor nenhum esforço significativo que o faça refletir, crescer. O leitor está sempre voltado para algo externo, para uma realidade que o atrai, que lhe é oferecida como um contínuo espetáculo, alegre ou triste, porém que não é a dele, mas que, no íntimo, gostaria (talvez) que fosse. Isto o leva, em geral, a querer viver uma outra realidade que não a dele, gerando diferentes formas de alienação (alienus, do latim, outro). Nestes textos procura-se eliminar o mais possível toda ambigüidade das palavras, não restando senão aquela inerente a toda e qualquer linguagem, pois, no fundo, em toda palavra sempre resta algum dado equívoco. As leituras tendem a serem uniformizadas, embora provoquem reações diferentes em cada pessoa, mas em geral sem maiores conseqüências.