sábado, 23 de abril de 2011

A metáfora na expressão oral “essa Coca é Fanta”


A metáfora na expressão oral “essa Coca é Fanta”

Augusto Sousa

Ao abordar um tema tão complexo temos que levar em conta que “a metáfora muda instantaneamente o sentido das palavras, criando expressões que dão um novo sentido ao enunciado, no caso podemos notar que as duas palavras “Coca” e “Fanta”, são marcas representantes de duas empresas famosas. Que no contexto da expressão oral “essa Coca é Fanta” vai representar (e apresentar) um novo sentido metafórico, devemos destacar também que uma palavra adquire mais de um significado ou sentido figurado sem, contudo, perder o seu valor original. Assim, temos novas metáforas a partir de uma única “metáfora-base” (“essa Coca-cola”, “essa Fanta”).
        
         Se formos considerar a teoria de Ferdinand Saussure, de que quatro pontos são fundamentais à semântica estrutural, a saber: sua concepção de signo como uma unidade psíquica de duas faces (significado – conceito e significante – acústica); a visão de língua que se apresenta como entidade que elabora duas unidade ao se constituir entre a massa informe do pensamento e a massa informe dos sons; as noções de valor e significação (o valor de uma palavra tomado em seu aspecto conceitual é, sem dúvida, um elemento da sua significação). Porém, não estará fixado enquanto nos limitarmos a constatar que ela pode ser “trocada” por tal ou qual conceito, isto é, que ela tem tal ou qual significação, é necessário ainda compara-la com os valores similares, com as outras palavras que se lhe podem opor. (MARQUES, 1987).
        
         Com base nesses conceitos, temos então que observar semanticamente o enunciado “essa Coca é Fanta”, o sentido denotativo de “coca” faz referencia a um arbusto frondoso de flores amarelo-alvacentas, fruto ablongo e vermelho, cujas folhas e cascas encerram vários alcalóides: índios peruanos fazem uso das folhas de coca; coca: coca-cola e Fanta marcas famosa de refrigerante: comeu um cachorro quente, e bebeu fanta e coca.

         Nota que quando fala-se “essa coca é fanta”, o enunciado aparece com sentido figurado, que no sentido conotativo expressa o “eu feminino” relatado no comportamento do homem. Para a maioria das pessoas, a metáfora é um recurso de imaginação poética e um ornamento retórico. Mas sob outra perspectiva, Lakoff e Johnson descobriram que a metáfora está infiltrada na vida cotidiana, não somente na linguagem, mas também no pensamento e na ação. E dizem ainda que nosso sistema conceitual ordinário, em termos do qual não só pensamos, mas também agimos, é fundamentalmente metafórico por natureza.
         Para reforçar a idéia da metáfora na linguagem oral, “essa coca é fanta” pode parecer um tanto pejorativo em detrimento de como se fala e a quem se dirige a mensagem. Sob essa perspectiva chega-se ao consenso de que a metáfora não está meramente nas palavras que usamos – está no próprio conceito de discussão. A linguagem utilizada na discussão não é poética, ornamental ou retórica; é literal.
         Dizer abertamente que determinada pessoa é “fanta” e não “coca” é o mesmo que dizer que esse “homem” é “gay” dito no linguajar do povo. No caso o falante coloca idéias (objetos) dentro de palavras recipientes e as envia (através de um canal) para um ouvinte que retira as idéias, objetos das palavras, recipiente.
         “Será que essa coca é fanta”, é necessário destacar que o emissor pode utilizar com um único sentido o de desmoralizar, e o receptor pode entender de várias formas possíveis. É relevante destacar, que de acordo com Lakoff e Johnson, conceitos metafóricos podem ser entendidos para além do domínio das formas literais de se pensar e falar, passando-se para o domínio do que pode denominar-se de pensamento linguagem, figurados, poéticos, coloridos, ou fantasiosos. 

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